Depois de um primeiro tempo parelho, em que Dudu teve a bola do jogo até ali, mais uma vez tomamos um gol e desabamos, termo este utilizado por Scolari em sua coletiva. A torcida não aguenta mais ver o time perder e, mais do que isso, ver uma equipe sem a cara de Grêmio em campo.
Felipão mexeu no time em termos de nomes. Taticamente pouco mudamos. Não vi diferença nos laterais, continuamos jogando com pouca ofensividade de ambos os lados. Na marcação, a inversão do lado de Pará deu resultado, já que a preocupação com o lado direito do adversário foi externada ao longo da semana, e não fomos atacados por ali.
Na zaga, a imperdoável troca. Tudo bem que Geromel falhou contra o Vitória, mas só isso justifica sua saída? Quantas vezes Werley errou e seu erro acarretou em derrotas nossas? Pouco importa se ele é leão de treino! É nítido há meses que ele não pode ser titular, Felipão optou por ele e nos demos mal.
A dupla de volantes se comportou bem em termos de marcação, entretanto, pela sua inexperiência, Walace não fez falta no lance que originou o primeiro gol. Felipe Bastos, responsável por todas as bolas paradas, não conseguiu sucesso em nenhuma delas, e em uma acabou dando o contra-ataque que matou o jogo.
Os meias apresentaram os velhos problemas: jogaram afastados e pouco chegaram na área, tanto que criamos poucas chances. Neste setor, me surpreendeu a escalação de Rodriguinho, que começou o jogo centralizado com Dudu na esquerda e Giuliano na direita. Vejo Alán Ruiz como um 10 nato, talvez com ele no lugar de Rodriguinho a história seria outra. Barcos, como qualquer outro centroavante que ali estivesse, pouco apareceu.
Se até o momento do primeiro gol estávamos bem, depois dele nos perdemos. Eis que pergunto: quantas vezes isso já aconteceu só no Brasileirão? Outro fator é nossa apatia. Seja qual for o resultado, nossos jogadores se comportam da mesma forma. Isso precisa ter fim. Não sei se é falta de personalidade, foco ou sei lá o quê, só sei que é desesperador ver um time sem sangue vestindo nossa camisa.
Nessas horas é normal colocarmos a culpa em tudo, afinal de contas a raiva pelos fracassos impera. Da entrevista de Felipão ouvi algumas coisas boas, como o detalhe que o time desaba quando sofre um gol, por exemplo. Sinal de que ele vê o mesmo jogo que a gente, coisa que Enderson não fazia. Já outra me preocupou, que esta equipe de hoje deve ser mantida em cerca de 90% para a próxima partida.
Fato é que estamos cansados de ver os mesmos erros jogo após jogo, clássico após clássico. Se as derrotas deixam lições, nós não estamos aprendendo-as.