Sejamos francos, se Felipão tivesse estreado e perdido como ocorreu no domingo contra qualquer outro time, nossa análise seria completamente diferente. Sem dúvida que houve uma expectativa muito grande de uma vitória em um “renascimento” tricolor, mas o que vimos foi apenas o início de um trabalho.
Com a cabeça mais fria e sem tanto álcool no sangue, acredito que o fator clássico atrapalhou um pouco o time, ainda mais depois de levar o primeiro gol. Até ali, fazíamos uma boa partida – comparada com as demais – e não demos espaço para nosso adversário. Bastou uma falha e nos perdemos.
Como escrevera aqui, nosso rival era favorito pelo simples fato de estar melhor colocado na competição e ser um time mais qualificado e com um trabalho sendo executado há mais tempo. Perdemos para uma equipe melhor que a nossa. Ponto.
Após o apito final, uma série de reações, que também tomam conta das redes sociais, apontavam todos os diagnósticos sobre nossa derrota e também sobre os anos sem títulos. Todos com a solução para tudo, desde a Presidência até o camisa 9 – sem falar nas opiniões com cunho político que são feitas diariamente por alguns, registros que transparecem nossas brigas internas e expõem a instituição. Pobre Grêmio.
Evidente que o torcedor tem todo o direito e deve se manifestar, mas num momento como este precisamos ser racionais. Sei que é difícil, mas precisamos, caso contrário vamos alimentar ainda mais desilusões. Não temos time nem elenco para levantarmos o Brasileirão. O que resta? Copa do Brasil, campeonato que permite que uma equipe tecnicamente mais fraca que as favoritas seja campeã.
Não existe pensamento nem solução mágica. Precisamos olhar a realidade. Ela mostra que Felipão está começando um trabalho, que pode ainda render frutos ainda este ano através de um G-4 ou título da Copa do Brasil, mas que tem como foco os próximos anos, e que tende a repetir o que ele fez na sua segunda passagem pelo Grêmio, como a aposta na categoria de base – a escalação de Walace é um sinal claro disso.
É complicado ser racional quando somos movidos a passionalidade, mas são tantas as desilusões que precisamos deixar de ouvir nosso coração e levar em conta a razão. Chega de soluções mágicas que pregam um imediatismo que não existe no futebol. Precisamos encarar a realidade, ou todo dia profetas e politiqueiros irão apontar o que precisa mudar no Grêmio olhando para um Clube que busca se reencontrar.