Grêmio Libertador

Tem favorito

Semana Grenal é uma beleza. Vivemos o ápice da rivalidade. A imprensa, que fomenta o clássico desde 1909, ainda usa algumas muletas para falar sobre o jogo. A principal delas é a de que não existe favorito, como se fosse um crime apontar quem chega melhor para partida. Claro que a rivalidade pode igualar as coisas, mas só motivação não ganha jogo. É tão difícil analisar o momento ao invés de usar velhos clichês ou é medo de se criar inimizade com alguma torcida?

Já entre os jogadores, técnicos e dirigentes, essa fala muda conforme o momento. Em determinados jogos, os dois fazem questão de jogar o favoritismo para outro lado. Nas partidas em que um aceita o favoritismo, ressalta que em clássico tudo pode acontecer e que as forças se igualam.

Quando existe um favorito não significa que o jogo já está jogado. Afinal de contas, o futebol nos prova a cada semana de que é um esporte imprevisível. Ao apontar um favorito, apenas registramos quem está melhor no momento. E só. Como exemplo, cito o mais recente em termos de clássico: o primeiro da decisão do Ruralito, onde chegamos melhor e perdemos.

Para o jogo do próximo domingo, me parece claro que o favoritismo está do lado de lá. Além de eles estarem em melhor colocação do que a gente, seu técnico comanda o time há meses e todo um trabalho vem sendo feito. Do nosso lado, será a estreia de Felipão num momento em que a torcida o vê como o único capaz de reverter nossos insucessos recentes.

Claro que o fator estreia deve ser levado em consideração, por outro lado, será muito difícil ver em campo o trabalho de Felipão, ou alguém acha que em uma semana se faz mágica? Acredito que pegando o que fizemos de bom no jogo contra o Vitória e o efeito Felipão, principalmente no vestiário, podemos vencer. Até porque, um triunfo no Grenal pode ser simbólico, fazendo com que o Grêmio viva um outro momento após o apito final.

Não vejo problema em admitir que eles são favoritos, e vejo o lado bom disso: entramos focados e querendo provar o contrário. Penso que temos futebol para vencer o clássico e reafirmo: o favoritismo é deles, a vitória pode ser nossa.

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